O Homem do Princípio ao Fim

O homem do princípio ao fim (1966), uma seleção de textos idealizada e realizada por Millor Fernandes.

Elenco: Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Claudio Correa e Castro.

Teatro Santa Rosa

Direção: Fernando Torres

Cenografia: Claudio Correa e Castro

Figurinos: José Ronaldo

Música: Oscar Castro Neve

Em Porto Alegre no foi encenado no Teatro Leopoldina, Pelotas no Auditório Gonzaga, Paraná no Teatro Guaíra, em Santa Catarina no Teatro Alvaro de Carvalho, em Belo Horizonte no Teatro Marilia, em Brasilia no Teatro Martins Pena e em Goiania no Teatro Inacabado da AGT.

Trata-se de uma antologia de textos famosos, desde a antiguidade até os dias de hoje, que tratam da posição do indivíduo diante de si mesmo. É uma espécie de resenha histórica de depoimentos sobre a condição humana.

“Millôr organizou uma coletânea, “O homem do princípio ao fim”, a história do homem do nascimento à morte, e usou para construir eu texto autores como Joyce, Brecht, Shakespeare, Molière e Millôr, naturalmente. Era uma coletânea de grande teatralidade. Dona Barbara não gostava do texto. O público amava o espetáculo.” – Sergio Britto

“Em Brasília, no final dos anos 1960,na excursão que fizemos com as três peças da Torres e Britto Diversões Ltda, um homem da censura apareceu no teatro e me anunciou: aqui em Brasília o Senhor não vai ler a carta doo Getúlio. Mas eu li a carta em todo país. É, mas aqui em Brasília, não vai não. Parei, pensei um segundo, o homem da censura me encarando. Não posso ler a carta, é isso mesmo? Eu já disse isso. O senhor não pode ler. Está certo, não posso ler a carta.
À noite, a coletânea estava chegando ao seu encerramento. Era o momento que Millôr chamava O homem e seu fim. Entrei em cena com a carta na mão. Levantei-a bem alto e a exibi ao público. Foi uma salva de palmas estrondosa – vivíamos a ditadura. O público entendeu a imagem que eu criava com meu gesto. Aliás, era assim que nós vivíamos naquela época. Tentávamos falar e, quando não podíamos, inventávamos um gesto, um piscar de olhos, uma carta suspensa no ar, o que era possível fazer.” – Sergio Britto

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